domingo, 31 de julho de 2011

Apenas um conselho.




Minhas mãos trêmulas
Minha memoria falhada.
Já não deixam-me escrever
Sobre a beleza de minha amada.


Estou com poucos cabelos brancos.
Ironizo, pois não tenho mais cabelos.
Minha visão se desfez ao tempo...
Dos retratos começo a esquece-los.


Estou tão frágil que tropeço e caio
Por qualquer pedra em meu caminho.
Não estou usando de metáforas.
Pois de tio, sou chamado de velhinho.


Minha juventude foi se acabando.
Logo comecei a remoer lembranças
As lembranças se desafeiçoando.
Hoje sou tratado como criança.


Infelizmente, isso fugiu a meus planos,
Nunca quis ser estorvo na vida de ninguém.
Busquei sempre ser o mais forte que pude
Mas me desrespeitam quando me tratam como neném.


Esqueceram que já fui história,
Que desertei na ditadura.
Me rebelando contra minha Pátria amada
Defendendo a minha liberdade e a tua.


Uma vez disse meu neto
Que história é somente passado.
E eu ao tolo escutei quieto.
Pensando...esse não será lembrado.


O que pude deixar eu deixei...
Se me puseram no mundo eu vivi.
Quando ousaram me bater eu lutei...
Mas quando caíram orgulho eu senti.


Meu conselho hoje te deixo...
Se fosse bom na se dava de graça.
Logo aos céus eu irei subir
E vocês continuarão nessa desgraça.


Sua juventude não durará para sempre,
Pois está somente de passagem.
Sirva-se dela o quanto puder,
Pois logo será o autor dessa mensagem.
                                                       (Jf).

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