quinta-feira, 28 de março de 2013

Dilema.


Sozinho...
Fecho os olhos lentamente
Sentindo o incomparável gosto de seu beijo
O suar de sua mão junto a minha.
Seu cheiro surge, me levando a euforia
Preenchendo lacunas de minha vida
Substituindo o ar pesado que respiro.
O barulho torturante da cidade vai cessando
Me trazendo a paz do silêncio
Assim descanso por alguns segundos...
E num gesto brusco os abro novamente
Renovado para encarar meu pesadelo.

A pior mentira é a lançada contra si
Mas finjo que esqueço para encenar a ilusão
O qual vou calmamente de encontro a teu ser.
Não seria mais cruel do que conviver com a mentira
De que algum dia irei realmente te esquecer.
Despedir-me como se te levo em meus pensamentos?
Pensar em tentar desistir se torna algo inútil
Como se eu travasse uma guerra já perdida
Somente ganharia ao renegar minha vida.
Um grande dilema...
Inexplicavelmente não sinto arrependimento
A minha dor não seria um pior martírio
Do que nunca ter vivido esses momentos.

Lembro de um dia que com minhas mãos
Percorri seu rosto até a linha do teu sorriso
E num gesto delicado ajeitei o seu cabelo
Para que enxergasse o que havia a frente
Mas quem precisava enxergar era eu.
As músicas que nos embalavam nesses dias
Vem com um certo teor de nostalgia
A beleza sequer tem algum sentido
Poesias são apenas palavras jogadas em um livro.
A insonia me domina pois permaneci num sonho
É improvável que eu fuja dessa dor
Pois do remédio eu já não disponho.

João Fernandes Ferreira.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Construindo.


Nos senti tão próximos
Numa realidade distante.
Separados por um precipício
Mas construindo uma ponte.

O tempo me da uma previa
Enquanto escrevo o romance.
Retiro o alicerce de areia
Que encobria a base de diamante.

Às vezes sinto o cansaço
Mas me acostumei com a dor.
Meu descanso encontrarei em seus braços
Pois me tornei escravo desse amor.

João Fernandes Ferreira.

sábado, 8 de outubro de 2011

Meu primeiro roubo.



As horas passam rapidamente...
Presumo ainda não estar preparado.
Reviso mais uma vez todos os passos
Pois hoje nada pode dar errado.


Chega a hora de pôr o plano em prática 
A adrenalina vai consumindo o meu ser
Penso que poderia evitar o ato
Mas me sinto predestinado a cometer.


Tento focar meus pensamentos.
Tudo foi minuciosamente planejado
Perpetrarei meu primeiro roubo
Com o intuito de ser apanhado.


Ao longe visualizo minha bela vítima
Há uma ansiedade que preciso conter
Pois já é tarde para voltar atrás
E o arrependimento iria me corroer


Aproximo-me calmamente...
Não lhe dirijo sequer uma palavra
Aguardando que olhe nos meus olhos
E antes de gritar já a deixo calada.


Roubar-lhe um beijo será pecado?
Ainda mais se planejei a situação?
Porventura não escolhi estar apaixonado
E já estou aprisionado a uma paixão.


Senti o calor de seus lábios
Sendo umedecidos pela minha saliva
As respirações se aceleram 
E o momento se eterniza.


Retorno à realidade trazida pelo tapa.
A ardência me deixa aliviado
Respiro fundo soltando um longo sorriso
Pois tenho a certeza de estar acordado. 


João Fernandes Ferreira.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011