terça-feira, 15 de março de 2011

O velho




O velho meio abatido,
Sentado debaixo de uma laranjeira.
Sentia uma brisa forte
Enquanto balançava lentamente sua cadeira.
Havia perdido um ente querido,
Que jamais seria esquecido.


Ficava em pranto,
Enquanto via um antigo álbum
Que por mais que preservado,
O tempo havia castigado.
Relembrava de um antigo e longo passado
Junto de seu amor, lado a lado.


Recordava as oportunidades que deixou passar,
Uma época de grandes sonhos...
Que deixou de sonhar.
Preferiu viver a realidade intensamente,
Por que o agradava.
Para que viver de sonhos se não precisava?


Era um homem bem-sucedido,
Já tinha seus filhos e netos.
Mas sua felicidade lhe fora surrupiada
Pois sua esposa havia falecido
No cair daquela madrugada.


Adorava lembrar, dos momentos,
Mais intensos que passara com ela.
Se prendia totalmente
Nas lembranças em que realmente,
Para ele a vida foi bela


Achou um retrato
Aparentemente intacto,
Que certamente ficaria exposto na sua estante.
Os dois estavam tão felizes naquela foto,
Que a felicidade passava de um semblante
E se modulava em arte.


Agora sozinho,
O que lhe resta é sonhar.
Encontra-la por alguns instantes
Na antiga foto sobre a estante,
Em que estava junto de sua amada
E lá gostaria de estar...
                                  (Jf.)

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