quinta-feira, 28 de março de 2013

Dilema.


Sozinho...
Fecho os olhos lentamente
Sentindo o incomparável gosto de seu beijo
O suar de sua mão junto a minha.
Seu cheiro surge, me levando a euforia
Preenchendo lacunas de minha vida
Substituindo o ar pesado que respiro.
O barulho torturante da cidade vai cessando
Me trazendo a paz do silêncio
Assim descanso por alguns segundos...
E num gesto brusco os abro novamente
Renovado para encarar meu pesadelo.

A pior mentira é a lançada contra si
Mas finjo que esqueço para encenar a ilusão
O qual vou calmamente de encontro a teu ser.
Não seria mais cruel do que conviver com a mentira
De que algum dia irei realmente te esquecer.
Despedir-me como se te levo em meus pensamentos?
Pensar em tentar desistir se torna algo inútil
Como se eu travasse uma guerra já perdida
Somente ganharia ao renegar minha vida.
Um grande dilema...
Inexplicavelmente não sinto arrependimento
A minha dor não seria um pior martírio
Do que nunca ter vivido esses momentos.

Lembro de um dia que com minhas mãos
Percorri seu rosto até a linha do teu sorriso
E num gesto delicado ajeitei o seu cabelo
Para que enxergasse o que havia a frente
Mas quem precisava enxergar era eu.
As músicas que nos embalavam nesses dias
Vem com um certo teor de nostalgia
A beleza sequer tem algum sentido
Poesias são apenas palavras jogadas em um livro.
A insonia me domina pois permaneci num sonho
É improvável que eu fuja dessa dor
Pois do remédio eu já não disponho.

João Fernandes Ferreira.

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