domingo, 11 de setembro de 2011

A primeira regra.





O obstetra parece usar de crueldade no parto
Induz o choro a criança que acaba de nascer.
Mas é o destino ditando a primeira regra
Senão aprender a chorar é incapaz de viver.


O tolo esquece disso evitando suas lágrimas
Engole da fraqueza para sentir-se mais forte. 
Mal sabe ele que entorna um grande veneno
Consumindo o seu espírito até a morte.


Já o sábio chora para sentir-se mais vivo
Deixando que as lágrimas sigam livremente.
Sabe que seu corpo é basicamente água
Mas que aquelas gotas não o pertencem.


Lágrimas nunca foram sinônimo de tristeza.
Já percorreram seu rosto em forma de alegria.
Da nostalgia surgiram em forma de rancor
Mas acordou mais leve para trilhar um novo dia.


As lágrimas que caem no momento de dor
Não assemelham-se as de felicidade.
O artista usa das mesmas tintas
Porem nunca é a mesma obra de arte.


Dizem que ao perder sua amada o homem chorou
Foram tantas lágrimas que não distinguia as cores.
E no chão repleto delas visualizou sua imagem
Então sorriu e com as mãos deu adeus as dores.


João Fernandes Ferreira.

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